Por Albano Amorim
Na noite desta quarta-feira 30, presenciei um belíssimo espetáculo, apresentado por garotos e garotas que colaboram e que são acompanhados pela AMARE – Associação Para o Bem Estar do Menor de Esperantina. A apresentação “O dia que a AMARE fechou”, foi bastante prestigiada. Além de pais e mães de alunos, marcaram presenças o deputado estadual, Themístocles Filho, vereadores, dentre eles, o presidente da câmara, Janio Aguiar, a primeira dama da Cidade, Cleonice Carvalho e ilustres visitantes e colaboradores alemães, como a deputada Elisabeth Winkelmeier Becker.
Mas ao entender o objetivo do evento que era chamar a atenção para a situação da Instituição, me veio à lembrança uma história que ouvi contar de um pequeno fazendeiro da cidade de Paes Landim. Tio Sinhô, como era conhecido, ouvia as queixas de um agregado contra outro e sempre respondia com a mesma frase “é, se é assim, o senhor tem razão”. Depois de ouvir os queixosos, Tio Sinhô também ouvia sua esposa que sempre dava opinião sobre a contenda, ela dizia: “homem, não entre nessas questões de moradores, que isto num vai dar em nada” e ele, outra vez respondia pacientemente, “é mulher, sabe que você também tem razão”.
Assim como em Paes Landim, no evento de ontem da AMARE, todos tem razão. Está com a razão o João Alemão que por uma boa causa pede ajuda para a Instituição não fechar as portas e continuar sendo esperança para muitas crianças; Tem razão também os parlamentares que discorreram valores que vem dando de contribuição; Teve razão a representante da Prefeitura, que informou que vem cumprindo à risca o convênio firmado entre a AMARE e a Prefeitura; Também não deixa de ter razão, a deputada Elizabethe, que disse da importância de se ajudar a quem quer crescer, quem quer se libertar como são aquelas crianças assistidas pela AMARE.
Há, contudo, uma pequena diferença entre a história do fazendeiro de Paes Landim e a situação apresentada pela AMARE com o espetáculo de ontem, lá em Paes Landim a fazenda era autossustentável, que seria de bom alvitre pensar em algo nesse rumo para AMARE, mas fora isso, são casos bem parecidos, todos tem razão.
Na minha opiniao a AMARE, nao deveria fechar,pois la e o refugio para muitas criancas e adolescentes. Vamos esperantineses fazer uma corrente e nao deixar isso proceder.
Ao invés de todos terem razão, no sentido de que o sintagma razão quer designar que os sujeitos presentes e envolvidos com a instituição estão corretos, porque lutam por uma causa justa, ajudar crianças pobres, como apresenta em seu artigo o estimado jornalista Albano, alguns, na verdade, deveriam ter vergonha, no sentido de indecência e situação ultrajante, por ter responsabilidade com a situação e não fazer algo de efetivo. Ter vergonha os políticos esperantinenses presentes no espetáculo, inclusive o deputado, por um cidadão estrangeiro sensível ao problema social estar empenhado em tentar resolver tal problema de genuína responsabilidade do estado, portanto, de gestores públicos esperantinenses e estaduais. Ter vergonha a prefeitura por saber que tal problema é de responsabilidade pública e ela limita-se apenas a fazer convênio para apoiar uma ação que é de caráter público e não privado. Ter vergonha os pais das crianças porque são cidadãos, mas não conhecem seus direitos, e se conhecem não lutam por eles para seus filhos terem mais dignidade. Se na idade média os patrícios romanos se divertiam com leões soltos em arena para comer pobres degradas, agora políticos se divertem com a situação de pobreza e miséria transformada em espetáculo. É lamentável.