Após milhões de mortos em 3 anos, OMS decreta fim da pandemia da covid-19


Depois de pouco mais de três anos, trilhões de dólares em perdas e 20 milhões de mortos, a emergência internacional causada pela covid-19 chega ao fim, uma data que entra para a história recente da ciência e do mundo.

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Nesta sexta-feira, a OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou que seus especialistas chegaram à conclusão de que o vírus não representa mais uma ameaça sanitária internacional e que, portanto, a crise é oficialmente declarada como encerrada.

Pelas regras da agência, não existe uma declaração oficial do final da pandemia. Assim como a Aids, portanto, a covid-19 continuará a ter o status de pandemia. O regulamento sanitário criado pelos governos há quase 20 anos apenas permite que os cientistas anunciem o início de uma emergência global ou seu ponto final. Não há uma definição de pandemia e o termo está em negociação para o estabelecimento de um acordo que permitirá modificar a resposta global a novos surtos.

Didier Houssin, chefe do comitê de Emergência da OMS, indicou que a decisão de encerrar a emergência foi apoiada por 95% dos cientistas do grupo. Segundo ele, três critérios foram estabelecidos para definir se a crise havia sido superada e, agora, a agência irá constituir um grupo que permitirá monitorar a evolução do vírus.

Apelo aos governos

Um dia depois, ao anunciar o fim da emergência, Tedros fez ainda um apelo aos governos. “A pior coisa que qualquer país pode fazer agora é usar esta notícia como uma razão para baixar a guarda, desmantelar os sistemas que construiu ou enviar a mensagem ao seu povo de que a Covid-19 não é motivo de preocupação”, disse.

Outra preocupação da OMS se refere aos impactos de longo prazo da doença, que provoca uma longa série de sintomas que se podem arrastar durante anos. Uma a cada dez pessoas contaminadas pelo vírus estaria na situação, o que exigirá dos sistemas de saúde um cuidado extra com milhões de pessoas.

Tedros ainda insiste sobre a necessidade de reformar as regras internacionais para declarar uma emergência e que governos invistam no longo prazo para permitir que uma eventual nova crise não pegue o mundo desprevenido, como aconteceu em 2020. “Não podemos cometer os mesmos erros. Essa é a geração que pode fazer a mudança e reformar o sistema”, completou.

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