
Cinco trabalhadores piauienses foram resgatados em situação análoga à de escravidão em uma pedreira localizada no município de Caldeirão Grande do Piauí, no Sul do Estado, a 440 km de Teresina.
A operação foi realizada de forma integrada pela Polícia Federal (PF), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Defensoria Pública da União (DPU), com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT-PI).
A ação fez parte de uma força-tarefa interestadual que também passou pelos municípios de Juazeiro do Norte (CE), Araripina (PE), Exu (PE) e Parnamirim (PE). No total, 20 trabalhadores foram encontrados em condições degradantes, vivendo em alojamentos precários, sem acesso a água potável, banheiros adequados ou equipamentos de segurança.
Segundo o MPT, as fiscalizações constataram ausência de registro em carteira, falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) e descumprimento de normas básicas de saúde e segurança do trabalho.
“No local, as equipes encontraram condições de trabalho que violam a dignidade humana e os direitos fundamentais desses trabalhadores. O trabalho escravo contemporâneo ainda é uma realidade que precisamos enfrentar com rigor e de forma permanente”, afirmou o procurador do Trabalho Edno Moura, coordenador regional de combate ao trabalho escravo no Piauí.
Este é o primeiro resgate de trabalhadores piauienses em território piauiense em 2025. Entretanto, outros grupos de piauienses foram libertados em outros estados, incluindo:
- três trabalhadores da construção civil em Pacatuba (CE);
- quatro trabalhadores na extração de palha de carnaúba em Magalhães de Almeida (MA);
- 30 trabalhadores em Gentio do Ouro (BA), também na extração de carnaúba;
- e outro grupo em Porto Alegre do Norte (MT), em um canteiro de obras de uma usina de etanol.
O procurador reforçou a importância da denúncia anônima de casos suspeitos. “É fundamental que a sociedade esteja atenta e denuncie situações de exploração. O combate a esse tipo de crime depende da atuação conjunta das instituições e da conscientização da população”, alertou Edno Moura.
As denúncias podem ser feitas de forma anônima e segura pelo site www.prt22.mpt.mp.br/servicos/denuncias, pelo WhatsApp (86) 99544-7488, ou presencialmente nas unidades do MPT em Teresina, Picos e Bom Jesus.
