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Médica que prescrevia cloroquina para Covid é homenageada pela ALEPI

Depois de cinco anos da pandemia de Covid19 ter feito mais de 600 mil mortos no país, os horrores daquele período de trevas que antecedeu a descoberta das vacinas é revivido das mais diversas maneiras. Desta vez, foi aqui mesmo no Piauí, durante homenagem prestada à médica piauiense Marina Bucar , que recebeu a Medalha do Mérito Legislativo, pelo “seu papel durante a pandemia”. Bucar, que trabalha em Madrid, ficou conhecida por defender anunciar um suposto protocolo que consistia em um  tratamento precoce contra o virus, à base de cloroquina e que chegou a ser adotado em Floriano para servir de “modelo” para o país. A eficácia não foi comprovada e o tal protocolo não foi reconhecido cientificamente.

A honraria foi proposta pelo deputado estadual Marden Menezes e aprovada por unanimidade pelos parlamentares.Segundo o parlamentar,  a medalha ” reconhece o trabalho voluntário realizado por Marina durante o auge da pandemia da Covid-19″, diz , sem mencionar detalhes, “Mesmo distante fisicamente, a médica manteve contato direto com colegas do Piauí, compartilhando protocolos e experiências vividas na linha de frente em hospitais espanhóis. As orientações transmitidas ajudaram médicos piauienses a se prepararem com antecedência, resultando em diagnósticos mais precisos e no salvamento de inúmeras vidas

Contestação

Por conta do protocolo, a então ministra de Bolsonaro, Damares Alves, chegou a visitar o município de Floriano para conferir como o Hospital regional da cidade estava adotando o tal tratamento precoce. Damares irecebeu as melhores referências do prefeito municipal, Joel Rodrigues, hoje presidente do PP.  As informações relatavam curas de pessoas com Covid-19 e esvaziamento dos leitos de  UTI com uso da medicação cloroquina. No entanto, os informas repassados à Damares omitiram  que havia  pacientes em tratamento domiciliar e também em leitos ambulatoriais no hospital.

Até o momento, não existe nenhum registro científico ou comparativo de que a melhora clínica dos pacientes foi exclusivamente por conta.

A onda de desinformanação em torno do tratamento precoce à base de cloroquina foi um dos grandes responsáveis pela demora do Governo brasileiro em adquirir as vacinas e adotar medidas sanitárias, alimentando a onda negacionista que, ainda hoje, prejudicam a cobertura vacinal contra doença

Por Cinthia Lages

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